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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

As Drogas no Cinema Pt.2

Na Parte 1 eu falei sobre os filmes dentro dos gêneros comédia, romance e policial que abordam o tema das drogas ou pelo menos em que ela está presente. Mas os melhores filmes sobre o assunto são os do gênero Drama. No primeiro post eu não adotei o formato de lista, mas farei isso neste.

Réquiem para um Sonho (Requiem for a Dream - 2000):


Nesse filme nós acompanhamos a trajetória de pessoas viciadas, entre elas, uma mãe e o filho. O filho se droga diariamente e mãe, complexada com o próprio peso, entra nesse mundo por consequência de um médico negligente e imprudente que lhe receita medicamentos para emagrecer, mesmo sem examiná-la. O filme apresenta de forma crua a degradação das personagens e o rumo que elas tomam. 



Semelhante ao anterior, esse também mostra a trajetória de alguns jovens que, para se afastarem de suas vidas tediosas, passam a usar heroína. Ainda mais pesado que Réquiem para um Sonho, o filme expõe a forma como as personagens se tornam escravas de seus vícios. Para eles, todo o resto passa a ser apenas resto, até mesmo o bebê de uma viciada. 



Traffic - 2000:

Dirigido por Steven Soderbergh, Traffic explora o mundo das drogas através de vários ângulos, intercalando histórias que ocorrem e se desenvolvem em contextos diferentes. Em cada uma delas, uma fotografia característica. Vemos o funcionamento do tráfico, a corrupção de policiais e a vida de um juiz que tenta desesperadamente salvar a filha do mundo das drogas. Soderbergh ganhou o Oscar de Melhor Direção por este filme. 

Despedida em Las Vegas (Leaving Las Vegas - 1995):

Ben Sanderson, magistralmente interpretado por Nicolas Cage, é um alcoólatra decidido a beber até morrer, literalmente. Um grande drama que merece ser assistido. 






Half Nelson – Encurralados (Half Nelson - 2006):

Ryan Gosling, em sua primeira indicação ao Oscar, encarna um professor de uma comunidade pobre no Brooklyn. Ao mesmo tempo em que se esforça para manter seus alunos interessados e participantes, ele se sente desiludido e frequentemente se entrega às drogas. As coisas tomam um rumo diferente quando uma de suas alunas o encontra drogado no banheiro da escola. 


Geração Prozac (Prozac Nation - 2001):

Elizabeth Wurtzel (Christina Ricci) é uma jovem depressiva que enfrenta dificuldades em se relacionar com a própria família. As drogas acabam sendo seu refúgio ou uma espécie de desabafo descontrolado, mas quando a situação parece insustentável, a garota passa a se consultar com a psiquiatra Diana Sterling (Anne Heche), que lhe receita o Prozac.



Meu Nome Não é Johnny - 2008:

Jovem carioca de classe média, João Estrella (Selton Mello) acaba se envolvendo com drogas e, de forma gradativa, crescendo como traficante nesse mundo. Imediatista e fascinado com o enriquecimento rápido, ele se afunda nesse mundo e perde tudo quando o inevitável (considerando a forma como ele vivia) acontece. 



Existem muitos outros filmes que retratam muito bem essa realidade, mas esses são os que mais me agradaram. Fique à vontade para dizer o que pensa deles e apontar quais outros também deveriam estar na lista.
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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Prometheus – Percepção Pessoal Pt.3

Leia a Pt.1 e a Pt.2 [Spoilers abaixo]

Na primeira parte dessa série de posts eu falei sobre a trama de Prometheus, na segunda parte eu falei sobre incógnitas e peculiaridades; agora nesta terceira parte abordarei as personagens e as incongruências.

Dentre as personagens do filme, quatro são realmente relevantes: David, Elizabeth Shaw, Charlie Holloway e Meredith Vickers. Shaw e Holloway, o casal do filme, representam dois pontos de vista bastante distintos, com a primeira se apegando a seus princípios religiosos, enquanto que o segundo, à razão, mas essa dicotomia não é muito intensa e não existe apelação para nenhum dos dois lados.

Elizabeth Shaw e Charlie Holloway
É possível traçar um paralelo entre Prometheus e O Oitavo Passageiro, no que se trata da presença feminina. É bastante clara a intenção do diretor em ressaltar a força de Elizabeth Shaw, tal qual fez com Ellen Ripley. Isso é mostrando em diversos momentos, tanto na sua busca incansável por uma resposta, quanto em suas atitudes e comportamento. Um dos momentos mais tensos é justamente quando a personagem, com uma criatura prestes a eclodir de seu corpo, faz todo o necessário para retirá-la.

Elizabeth Shaw
Já sobre o seu parceiro, o cientista Holloway, não o vejo como contraditório, diferindo assim da avaliação de alguns. Ele não buscava apenas uma civilização alienígena, mas também um contato; algo transcendente. Então é compreensível que tenha se decepcionado ao encontrar os seus deuses (os “engenheiros” da raça humana) mortos.

Meredith Vickers, bem interpretada por Charlize Theron, encarna o pragmatismo da empresa que representa: a Weyland Corporation. Mas sua participação perde um pouco do brilho quando se releva como a filha de Peter Weyland, o homem que dá nome a companhia e que financia tudo.

Além de Elizabeth Shaw, quem também se destaca dos demais é o androide David, do qual tratei brevemente na Pt.1. Embora seja um fantoche de Peter Weyland, o robô fala sobre liberdade, mesmo que diga não estar familiarizado com “querer” qualquer coisa ou possuir desejos. “Todos não querem a morte de seus pais?”, diz ele, referindo-se a Weyland, seu titereiro. Um personagem paradoxal do início ao fim, sem deixar de ser intrigante.

Os pontos falhos estão principalmente em personagens mal construídos, como é o caso do biólogo e do geólogo, que demonstram comportamentos que extrapolam qualquer possibilidade de suspensão de descrença. Como pode um biólogo, num mundo diferente e aparentemente hostil, brincar com uma criatura claramente ameaçadora, como se a mesma fosse um filhote de labrador? Foi um clichê dispensável, sem nexo e que não contribuiu em nada para o desenvolvimento do filme.

Milburn, o biólogo
Dos deslizes, o mais difícil de acreditar foi o ato de altruísmo do capitão da nave Prometheus, que junto com seus tripulantes, abriu mão da própria vida para destruir a nave alienígena. O estranhamento é inevitável, uma vez que em momento algum essas personagens foram mostradas de uma maneira que explicasse tal desprendimento.

Mesmo com defeitos, mesmo que em alguns momentos a inteligência de quem assiste ao filme seja subestimada, ainda assim o resultado final é positivo. E sobra bastante espaço para que haja uma continuação, que é o que de fato ocorrerá.

Quero encerrar recomendando algumas outras análises interessantes:

·        ·         NerdOffice - Nerdologia: Prometheus
·        ·        Omeleletv - Cinco Perguntas Com Spoilers
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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Prometheus – Percepção Pessoal Pt.2

Leia a Pt.1 [Spoilers abaixo]

No post anterior eu falei sobre as motivações que levaram os humanos a um lugar tão distante no espaço e discorri brevemente sobre o personagem David, o androide. Agora apontarei os principais pontos que fazem de Prometheus um filme acima da média. 


A curiosidade e o desejo de conhecer as próprias origens norteiam a busca empreendida pelas personagens do filme. São essas duas características que nos mantêm atentos até o desfecho. Mas a incógnita em relação a nossa origem é respondida logo no início, quando vemos um alienígena se sacrificando para que de seus genes surja vida no planeta. Então a questão central não é mais “como?”, mas sim “por quê?”. Por que fomos criados?

Num momento bastante interessante, no qual o cientista Charlie Holloway (Logan Marshall-Green) se questiona sobre o motivo da criação dos humanos, David pergunta: “Por que você acha que o seu povo me criou?”. A resposta do cientista à pergunta do androide é simples: “Nós o criamos porque nós podíamos”. Essa resposta é o mais próximo que chegamos das razões da nossa existência, respondida pelo próprio humano. David então encerra com a seguinte interrogação: “Consegue imaginar o quanto decepcionante seria ouvir o mesmo do seu criador?”.

Charlie Holloway e David
Esse questionamento central é colocado em segundo plano, dando lugar a outro. Quando os tripulantes chegam à lua LV-223 e desembarcam, logo encontram uma grande construção que obviamente foi criada por algum ser inteligente. Dentro dela eles se deparam com os “engenheiros”, mortos há dois mil anos. A construção se revela uma nave, com uma carga letal: as criaturas que vimos nos quatro filmes da saga Alien. O mais assustador é que o robô David descobre que a nave tinha a Terra como destino. Os “engenheiros” pretendiam colocar um fim à própria criação. Por quê?

Construção Alienígena na lua LV-223
Uma coisa que não pode ser ignorada são as artes encontradas nas paredes do recinto onde parte da carga letal se encontra. Que arma é essa que inspira artes que parecem venerá-la? Na imagem abaixo vocês podem ver a criatura que conhecemos simplesmente como “alien” retratada de forma grandiosa. Que relação os engenheiros possuem com ela? Terá ela realmente sido criada por eles?

Arte na parede da nave
Quando encontram um dos engenheiros ainda vivo, em estado de hibernação, e o acordam, a reação violenta do mesmo é bastante compreensível, considerando que ele hibernou durante dois mil anos, que na última vez em que esteve acordado os humanos ainda lutavam com espadas e que agora de repente eles estavam na sua frente, em outro mundo, sem esquecer que havia uma mulher histérica gritando, um homem armado que inclusive chegou a machucá-la e um idoso caindo aos pedaços querendo saber como enganar a morte. Eu também teria saído dando pancada em todo mundo.

Agora convenhamos que nada justifica a incompetência desses engenheiros. Eles conseguiram ser exterminados pela própria arma duas vezes. Tanto nesta lua LV-223, quanto no planeta LV-426. É como se a bomba de Hiroshima tivesse caído em Washington e a de Nagasaki em Nova York.

Na terceira e última parte dessa série de posts sobre Prometheus explorarei o comportamento das personagens, as incongruências na história e o desfecho do filme. Fiquem à vontade para comentar, criticar e expor suas opiniões.

Leia a Continuação: Prometheus – Percepção Pessoal Pt.3
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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Prometheus – Percepção Pessoal Pt.1

[Alguns spoilers]

Um dos filmes mais aguardados do ano, Prometheus chegou aos cinemas gerando polêmica e trocadilhos como “Prometheus, mas não cumprius”. A reação inicial que pude perceber em parcela significativa das pessoas foi a de desapontamento. Acredito que parte desse desapontamento se deve a uma expectativa muito alta ou mal direcionada; já até escrevi como expectativas podem estragar um filme. Leia aqui.


Sem delongas, já adianto que gostei muito do filme, por mais que ele possua falhas e incoerências, sobre as quais falarei no próximo post. Dentre os motivos responsáveis pela minha percepção, destaco dois: em primeiro lugar, não sofri influência do monstro da expectativa. Eu não esperava absolutamente nada do filme. Em segundo lugar, o filme não tem grande ligação com os quatro anteriores, com exceção do universo ao qual todos pertencem. E esse segundo aspecto foi o mais importante para mim. Tinha receio de ver uma repetição de Alien - O Oitavo Passageiro ou então de seus sucessores.

Expus a minha percepção sobre a Tetralogia Alien em outro post: “Quadrilogia Alien – Percepção Pessoal”. Lá vocês podem ler a minha opinião sobre a saga iniciada por Ridley Scott. E por falar nele, Scott é o diferencial desse prequel. De todos os filmes da saga, ele só dirigiu o primeiro, de 1979. Então uma das causas de tanta euforia foi exatamente o seu retorno à direção.

Como eu disse, o filme foi vendido como sendo um prequel, ou seja, como prelúdio. E de fato, pois os acontecimentos do filme se passam em 2089, enquanto que no O Oitavo Passageiro, em 2122. Mas a ligação entre um e outro param por aí e o que vemos é uma obra com foco diferente, no tanto que só nos últimos minutos do filme nós vemos o alien com o qual estamos habituados.

Vamos então ao que interessa: Prometheus (que é o nome da nave espacial utilizada no filme) já se inicia de forma bastante interessante, no que indica ser a explicação da origem da vida na Terra. Um alienígena com feições humanas ingere uma substância que o faz se despedaçar e cair na água. Logo em seguida, através de seu material genético, inicia-se um processo que culmina na origem da vida no planeta.

Alienígena que se sacrifica para dar origem à vida
Após isso, somos apresentados a um casal de cientistas, na Terra, em 2089. Eles encontram artes rupestres (desenhos em cavernas) em diversos pontos do planeta e provenientes de civilizações diferentes (egípcios, maias, babilônios etc.) e que viveram em períodos também diferentes, sem comunicação entre si e que representam a mesma coisa: homens venerando um deus gigante que aponta para as estrelas. Acontece que há um sistema galáctico compatível com essa formação de estrelas, extremamente distante da Terra e com o seu próprio Sol. Lá existe uma lua que, de acordo com as análises, é capaz de suportar vida. Então é para lá que eles vão.

Arte rupestre encontrada por Elizabeth Saw e Charlie Holloway, o casal do filme
Durante o trajeto entre a Terra e essa lua (LV-223) os passageiros hibernam e quem ocupa a tela é o androide David, magistralmente interpretado por Michael Fassbender. Como o percurso leva dois anos para se completar, é o androide que irá se certificar para que tudo corra bem enquanto todos dormem na criogenia. David é de longe o personagem mais interessante e paradoxal de toda a trama, mais até que os alienígenas.  Seu deslumbramento e curiosidade contrastam com a suposta frieza que preenche seu “ser”. Por mais que ele seja programado para simular emoções humanas e dessa forma facilitar a interação, muitas de suas atitudes nos levam a questionar se não existe alguma espécie de alma no robô.

O androide David (Michael Fassbender)
Falarei mais sobre isso e sobre as incógnitas que cercam essa obra de Ridley Scott na Pt.2. Leia a Continuação.
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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A Expectativa Pode Matar Um Filme

Quase todos nós temos as nossas expectativas quando assistimos a um filme, caso contrário não teríamos alugado/comprado ou ido ao cinema assisti-lo. Mas a expectativa da qual falo aqui é justamente aquela que é grande e, portanto, exigente.


Quando as expectativas são altas, filmes bons se tornam ruins e filmes medianos passam a ser intragáveis. Pensa comigo: você ficou um ano inteiro (às vezes até mais) aguardando ansiosamente por um filme. Leu as notícias a respeito, ficou fascinado com o tema que seria abordado e alegre com a escolha do diretor e atores. Assistiu todos os trailers e acompanhou como pôde as notícias sobre o filme. Pronto, o palco para a decepção está montado. 

Então quando digo que a expectativa pode matar um filme, refiro-me à experiência de assisti-lo. Claro que de vez em quando alguns filmes muito aguardados se encaixam perfeitamente dentro daquilo que esperávamos deles ou então, mais raramente, até superam. Entretanto, acontece também de muitos filmes que possuem sim seus méritos acabarem sendo subestimados ou criticados injustamente.


Vou dar dois exemplos pessoais:

X-Men: Primeira Classe (X-Men: Firts Class): a princípio eu não esperava grandes coisas, até porque a publicidade em cima do filme foi bastante ruim, principalmente com os cartazes que foram divulgados. Mas assim que o filme foi lançado, vários críticos que leio morderam a língua e se disseram bastante satisfeitos com o resultado. E alguns amigos cuja opinião eu valorizo me disseram que o filme era FANTÁSTICO. Fui então convencido a ir ao cinema. Não achei nada demais e voltei pra casa me sentido fora do grupo. 


The Animatrix (Animatrix): quando estreou, eu esperava por animações que explorassem o mundo da Matrix de forma semelhante ao que foi feito no primeiro filme Matrix, de 1999, mas a animação (que é um conjunto de animações produzidas por diretores diferentes e com estilos distintos) é completamente diferente do filme. Então achei chato e desinteressante.



Percebam que ambos os filmes  (X-Men e Animatrix) foram vítimas disso que estou abordando nesse post. Bastou que eu os revesse, um tempo mais tarde, para que a minha opinião mudasse da água para o vinho.  Então concluo que o melhor a ser feito é tentar manter as expectativas não muito altas, pois dessa forma as chances de desfrutarmos melhor o que estamos vendo são muito maiores. Cito também dois exemplos: Distrito 9 (District 9) e A Origem (Inception), que fui assistir sem esperar absolutamente nada e acabei me surpreendendo. Considero ótimos os dois.

E você? Já passou por isso? Comente e conte seu caso. 
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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Cinema: Ideias mal aproveitadas

Todo mundo já assistiu um filme com potencial para ser fantástico, mas que no fim das contas não conseguiu sair da mediocridade. Vez ou outra algum diretor ou roteirista surge com premissas interessantíssimas, mas mal utilizadas ou apenas deixadas como plano de fundo, decepcionando aqueles que se sentaram em frente da tela aguardando por algo que os fascinassem.

E não estou falando apenas de filmes pretensamente “cabeça” não, mas de qualquer gênero. O filme que primeiro surge em minha mente ao falar sobre isso é justamente o último caso desse tipo que ocorreu comigo: O Preço do Amanhã (In Time). A proposta do filme é genial! Uma realidade distópica na qual a nova moeda é o tempo. As pessoas envelhecem biologicamente apenas até seus 25 anos e, a partir daí, permanecem fisicamente jovens até o momento de suas mortes. Elas precisam trabalhar para conseguir mais tempo e possuem um relógio atrelado em seus corpos que marca quanto tempo restante ainda possuem.

O Preço do Amanhã (In Time) - Relógio subcutâneo no braço de Will Salas, o protagonista
A maior parte da população precisa trabalhar praticamente de forma incessante para conseguir viver o dia seguinte e, mesmo assim, muitos sucumbem. Corpos estirados pelas ruas são comuns e todos agem com indiferença, tal qual a maioria de nós se comporta diante de moradores de rua. Mas enquanto muitos vivem em constante pressa, lutando contra o tempo, outros possuem centenas de anos.

Percebe-se, portanto, que o filme é uma alusão ao capitalismo selvagem. O problema é que o filme explora muito pouco tudo isso e acaba abraçando um romancezinho sem graça entre o protagonista e a filha de um magnata e também escamba para uma ação que em nada acrescenta. Lembrando que o filme pode ser bastante dinâmico, com muita ação, e nem por isso abandonar sua premissa. Christopher Nolan, com o seu A Origem (Inception) conseguiu conciliar tudo isso.

Enfim, a intenção do post não era fazer uma lista de filmes com ideias mal aproveitadas, mas sim discutir o assunto. Num outro post posso até fazer uma lista. Mas e você, quais filmes você assistiu e ficou com essa mesma impressão? 
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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Garapa - O cotidiano dos que passam fome

Garapa é uma bebida composta por água e açúcar e que “alimenta” muitas famílias que vivem em situações precárias e lidam diariamente com a fome. Logo de início o documentário já gera desconforto ao se apresentar desprovido de cor e trilha sonora. O filme todo é em preto e branco.

Garapa - Bebida feita com uma mistura de água e açúcar
José Padilha, o diretor do documentário, acompanha a vida de três famílias do Nordeste brasileiro e evidencia aquilo que estamos acostumados a ver apenas em estatísticas: a fome. Essas famílias vivem em situações bastante precárias, muitas vezes dividindo o espaço com moscas.

O objetivo central, de acordo com o diretor, é mostrar a fome através dos olhos daqueles que vivem essa realidade. O foco pode ser a fome, mas o documentário levanta uma série de outras questões de extrema relevância para o entendimento desse cenário: baixa escolaridade, baixíssimo acesso a informação, carência extrema de recursos básicos como saúde e alimentação. O planejamento familiar também é inexistente. Vemos uma mãe com onze filhos e o casal mostrava não possuir qualquer controle ou entendimento acerca de métodos contraceptivos.

Lúcia e suas três filhas - Fortaleza
Uma vez que se constata a situação degradante a qual estão relegadas, torna-se perfeitamente compreensível que as perspectivas dessas famílias sejam praticamente inexistentes. São pessoas que estão estagnadas e que claramente necessitam de apoio.

Padilha, em uma entrevista, diz que a escolha das famílias que seriam filmadas foi aleatória. Ele foi até os locais onde os pais pediam comida, aproximou-se e simplesmente perguntou "Posso filmar?".

Ainda nessa entrevista linkada acima (que infelizmente está sem legenda), Padilha fala sobre o desconforto psicológico de estar presente na vida dessas pessoas que passam fome e lutam contra ela e, no entanto, todo dia tomar seu café da manhã, almoçar e jantar. Em certo momento do documentário, um dos filmados diz que nunca em sua vida fez as três refeições básicas do dia. Um homem com 28 anos de idade.


Outro fato chocante é que muitas pessoas no Brasil não possuem documentação que as identifiquem e, em decorrência disso, ficam excluídas de programas do governo como o Fome Zero, que entrega 50 reais para cada família cadastrada.

Então quero concluir recomendando essa bela (e triste) obra a todos. Por mais que nos sintamos impotentes diante de tanto sofrimento, ao menos não ficamos completamente alienados.

Vejam também uma análise interessante feita por Isabela Boscov. 
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