Um dos filmes mais aguardados do ano, Prometheus chegou aos cinemas gerando
polêmica e trocadilhos como “Prometheus,
mas não cumprius”. A reação inicial que pude perceber em parcela
significativa das pessoas foi a de desapontamento. Acredito que parte desse
desapontamento se deve a uma expectativa muito alta ou mal direcionada; já até escrevi
como expectativas podem estragar um filme. Leia aqui.
Sem delongas, já adianto que gostei muito do filme, por mais que ele
possua falhas e incoerências, sobre as quais falarei no próximo post. Dentre os
motivos responsáveis pela minha percepção, destaco dois: em primeiro lugar, não
sofri influência do monstro da expectativa. Eu não esperava absolutamente nada
do filme. Em segundo lugar, o filme não tem grande ligação com os quatro
anteriores, com exceção do universo ao qual todos pertencem. E esse segundo
aspecto foi o mais importante para mim. Tinha receio de ver uma repetição de Alien - O Oitavo Passageiro ou então de
seus sucessores.
Expus a minha percepção sobre a Tetralogia Alien em outro post: “Quadrilogia Alien – Percepção Pessoal”. Lá
vocês podem ler a minha opinião sobre a saga iniciada por Ridley Scott. E por
falar nele, Scott é o diferencial desse prequel. De todos os filmes da saga,
ele só dirigiu o primeiro, de 1979. Então uma das causas de tanta euforia foi
exatamente o seu retorno à direção.
Como eu disse, o filme foi vendido como sendo um prequel, ou seja, como
prelúdio. E de fato, pois os acontecimentos do filme se passam em 2089,
enquanto que no O Oitavo Passageiro,
em 2122. Mas a ligação entre um e outro param por aí e o que vemos é uma obra
com foco diferente, no tanto que só nos últimos minutos do filme nós vemos o
alien com o qual estamos habituados.
Vamos então ao que interessa: Prometheus
(que é o nome da nave espacial utilizada no filme) já se inicia de forma
bastante interessante, no que indica ser a explicação da origem da vida na
Terra. Um alienígena com feições humanas ingere uma substância que o faz se despedaçar
e cair na água. Logo em seguida, através de seu material genético, inicia-se um processo que culmina na origem da
vida no planeta.
Alienígena que se sacrifica para dar origem à vida |
Após isso, somos apresentados a um casal de cientistas, na Terra, em
2089. Eles encontram artes rupestres (desenhos em cavernas) em diversos pontos
do planeta e provenientes de civilizações diferentes (egípcios, maias,
babilônios etc.) e que viveram em períodos também diferentes, sem comunicação entre si e que representam a mesma coisa: homens venerando
um deus gigante que aponta para as estrelas. Acontece que há um sistema
galáctico compatível com essa formação de estrelas, extremamente distante da
Terra e com o seu próprio Sol. Lá existe uma lua que, de acordo com as análises, é capaz de suportar vida. Então é para lá que eles vão.
Arte rupestre encontrada por Elizabeth Saw e Charlie Holloway, o casal do filme |
Durante o trajeto entre a Terra e essa lua (LV-223) os
passageiros hibernam e quem ocupa a tela é o androide David, magistralmente
interpretado por Michael Fassbender. Como o percurso leva dois anos para se
completar, é o androide que irá se certificar para que tudo corra bem enquanto
todos dormem na criogenia. David é de longe o personagem mais interessante e
paradoxal de toda a trama, mais até que os alienígenas. Seu deslumbramento e curiosidade contrastam
com a suposta frieza que preenche seu “ser”. Por mais que ele seja programado
para simular emoções humanas e dessa forma facilitar a interação, muitas de
suas atitudes nos levam a questionar se não existe alguma espécie de alma no
robô.
O androide David (Michael Fassbender) |
Falarei mais sobre isso e sobre as incógnitas que cercam essa obra de Ridley
Scott na Pt.2. Leia a Continuação.
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