segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Cinema: Ideias mal aproveitadas

Todo mundo já assistiu um filme com potencial para ser fantástico, mas que no fim das contas não conseguiu sair da mediocridade. Vez ou outra algum diretor ou roteirista surge com premissas interessantíssimas, mas mal utilizadas ou apenas deixadas como plano de fundo, decepcionando aqueles que se sentaram em frente da tela aguardando por algo que os fascinassem.

E não estou falando apenas de filmes pretensamente “cabeça” não, mas de qualquer gênero. O filme que primeiro surge em minha mente ao falar sobre isso é justamente o último caso desse tipo que ocorreu comigo: O Preço do Amanhã (In Time). A proposta do filme é genial! Uma realidade distópica na qual a nova moeda é o tempo. As pessoas envelhecem biologicamente apenas até seus 25 anos e, a partir daí, permanecem fisicamente jovens até o momento de suas mortes. Elas precisam trabalhar para conseguir mais tempo e possuem um relógio atrelado em seus corpos que marca quanto tempo restante ainda possuem.

O Preço do Amanhã (In Time) - Relógio subcutâneo no braço de Will Salas, o protagonista
A maior parte da população precisa trabalhar praticamente de forma incessante para conseguir viver o dia seguinte e, mesmo assim, muitos sucumbem. Corpos estirados pelas ruas são comuns e todos agem com indiferença, tal qual a maioria de nós se comporta diante de moradores de rua. Mas enquanto muitos vivem em constante pressa, lutando contra o tempo, outros possuem centenas de anos.

Percebe-se, portanto, que o filme é uma alusão ao capitalismo selvagem. O problema é que o filme explora muito pouco tudo isso e acaba abraçando um romancezinho sem graça entre o protagonista e a filha de um magnata e também escamba para uma ação que em nada acrescenta. Lembrando que o filme pode ser bastante dinâmico, com muita ação, e nem por isso abandonar sua premissa. Christopher Nolan, com o seu A Origem (Inception) conseguiu conciliar tudo isso.

Enfim, a intenção do post não era fazer uma lista de filmes com ideias mal aproveitadas, mas sim discutir o assunto. Num outro post posso até fazer uma lista. Mas e você, quais filmes você assistiu e ficou com essa mesma impressão? 
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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Garapa - O cotidiano dos que passam fome

Garapa é uma bebida composta por água e açúcar e que “alimenta” muitas famílias que vivem em situações precárias e lidam diariamente com a fome. Logo de início o documentário já gera desconforto ao se apresentar desprovido de cor e trilha sonora. O filme todo é em preto e branco.

Garapa - Bebida feita com uma mistura de água e açúcar
José Padilha, o diretor do documentário, acompanha a vida de três famílias do Nordeste brasileiro e evidencia aquilo que estamos acostumados a ver apenas em estatísticas: a fome. Essas famílias vivem em situações bastante precárias, muitas vezes dividindo o espaço com moscas.

O objetivo central, de acordo com o diretor, é mostrar a fome através dos olhos daqueles que vivem essa realidade. O foco pode ser a fome, mas o documentário levanta uma série de outras questões de extrema relevância para o entendimento desse cenário: baixa escolaridade, baixíssimo acesso a informação, carência extrema de recursos básicos como saúde e alimentação. O planejamento familiar também é inexistente. Vemos uma mãe com onze filhos e o casal mostrava não possuir qualquer controle ou entendimento acerca de métodos contraceptivos.

Lúcia e suas três filhas - Fortaleza
Uma vez que se constata a situação degradante a qual estão relegadas, torna-se perfeitamente compreensível que as perspectivas dessas famílias sejam praticamente inexistentes. São pessoas que estão estagnadas e que claramente necessitam de apoio.

Padilha, em uma entrevista, diz que a escolha das famílias que seriam filmadas foi aleatória. Ele foi até os locais onde os pais pediam comida, aproximou-se e simplesmente perguntou "Posso filmar?".

Ainda nessa entrevista linkada acima (que infelizmente está sem legenda), Padilha fala sobre o desconforto psicológico de estar presente na vida dessas pessoas que passam fome e lutam contra ela e, no entanto, todo dia tomar seu café da manhã, almoçar e jantar. Em certo momento do documentário, um dos filmados diz que nunca em sua vida fez as três refeições básicas do dia. Um homem com 28 anos de idade.


Outro fato chocante é que muitas pessoas no Brasil não possuem documentação que as identifiquem e, em decorrência disso, ficam excluídas de programas do governo como o Fome Zero, que entrega 50 reais para cada família cadastrada.

Então quero concluir recomendando essa bela (e triste) obra a todos. Por mais que nos sintamos impotentes diante de tanto sofrimento, ao menos não ficamos completamente alienados.

Vejam também uma análise interessante feita por Isabela Boscov. 
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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O Hobbit – Uma Jornada Inesperada (Trama e Produção)


Depois que a trilogia O Senhor dos Anéis foi para os cinemas e todos os fãs já haviam assistido, um certo vazio imperou. A espera torturante pelo desfecho da adaptação de um dos melhores livros de literatura fantástica da história da humanidade chegou ao fim com a terceira e última parte, O Retorno do Rei. Mas aquela fagulha que ainda restava dos anos de ansiedade da época do Senhor dos Anéis voltou a se transformar numa chama quando foi anunciado que Peter Jackson dirigiria O Hobbit. Na verdade, de início o diretor seria Guillermo del Toro, mas ele acabou deixando o cargo.

Anões - Thorin, Dwalin, Balin, Bombur, Bofur, Bifur, Nori, Ori, Dori, Oin, Gloin, Fili e Kili
Para quem não sabe, antes de J.R.R. Tolkien escrever a saga do anel, ele escreveu O Hobbit, livro que nos introduz ao mundo, como disse o próprio autor, situado “Entre o Alvorecer das Fadas e o Domínio dos Homens”. A história se passa antes dos acontecimentos que giraram em torno do O Anel, em Lord of the Rings. 

Gollum - O Hobbit
Bilbo Bolseiro (interpretado por Martin Freeman) é o protagonista dessa trama repleta de aventuras, mas tudo começa na sua pequena toca, na tranquilidade do Condado. Mas essa não é uma toca desagradável, suja e úmida, mas sim a toca de um hobbit! E, caso você não saiba, isso significa conforto. Bilbo também é o tio daquele personagem que já se tornou famoso com os livros e mais ainda depois dos filmes, o Frodo.

Bilbo Novo ( Martin Freeman) e Bilbo Velho (Ian Holm)
Tudo muda quando o nosso protagonista acaba embarcando, junto com anões e um mago (Gandalf) numa jornada rumo ao tesouro roubado da família do chefe desses anões, Thorin Escudo-de-Carvalho. Esse tesouro não foi roubado por uma criatura qualquer, mas sim por Smaug, um poderoso dragão.

Legolas (Orlando Bloom) - O Hobbit
A princípio o filme seria composto por duas partes, mas Peter Jackson, após negociar a possibilidade de uma terceira parte, argumentando que dessa forma ele poderia explorar melhor os acontecimentos do livro, conseguiu o aval para seguir com esse plano. Olha, por mais que isso pareça um artifício para ganhar mais grana, confesso que fico feliz com essa notícia. Recomendo a análise feita em vídeo pelo site Omelete. Veja aqui.

Martin Freeman e Andy Serkis
Um detalhe interessante é que o diretor está disponibilizando no site oficial do filme uma série de vídeos, nos quais ele mostra o processo de produção e curiosidades. Assisti a todos os vídeos e digo que gostei bastante. Além de alimentar a ansiedade, também funciona como um ótimo marketing.

O primeiro filme está programado para chegar aos cinemas em 14 de Dezembro deste ano. A segunda parte está programada para 13 de Dezembro de 2013. A terceira parte ainda não possui um título, embora se especule acerca de três possíveis: Riddles in the Dark, The Desolation of Smaug e The Battle Of The Five Armies. Também não há data, embora o mais provável é que o lançamento seja programado para Dezembro de 2014.
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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Star Wars – Percepção Pessoal Pt.2

Quero ressaltar, novamente, que o que escrevo aqui representa a minha opinião sobre o assunto e não uma verdade absoluta e incontestável. Não há motivo para ficar irritado ou pra dar piti na caixa de comentários. Fiquem à vontade para comentar, expor suas opiniões, mesmo que sejam discordando da minha. Mas sejam educados! Nem adianta usar de grosserias, pois deleto automaticamente e nem me dou ao trabalho de responder.

Na primeira parte eu falei dos episódios I, II e III. Vejam aqui: “Star Wars – Percepção Pessoal Pt.1”. Agora falarei dos últimos três.

Como eu assisti aos filmes na ordem linear (I, II, III em diante), foi um choque tremendo quando vi o episódio IV (
Uma Nova Esperança), afinal, o episódio III (A Vingança dos Sith) é do ano de 2005, enquanto que o IV, de 1977. Eu já disse no post anterior que toda a trama de Star Wars é superficial e que o diferencial da obra está no aspecto técnico. Mas pra mim isso não foi suficiente para compensar a história rasa e as péssimas atuações dessa trilogia antiga.

Outro choque foi a luta de sabres, que lembra crianças duelando com gravetos. Na trilogia nova essas lutas são bem mais dinâmicas e muito bem coreografadas, então foi estranho ver o Darth Vader usando o sabre de luz como se fosse apenas um pedaço de pau. Mas nada disso se compara ao momento mais broxante do IV filme: a destruição da Estrela da Morte. Alguém, por favor, me explica como a arma mais poderosa já criada no universo, capaz de destruir planetas inteiros, pode ser destruída com um único tiro? Quem foi o engenheiro genial que teve a ideia de fazer com que um ponto específico da nave, caso atingido, culminasse na destruição dela toda? E o mais engraçado é que esse ponto vulnerável é uma abertura da nave, desprovida de qualquer proteção.


Destruição da Estrela da Morte - Episódio IV

Devo dizer que concordo com os chatos de plantão que criticam George Lucas pelas modificações que foram realizadas nessa trilogia antiga. As alterações não acrescentam em nada e ainda geram estranhamento, pois misturam computadorização com a capacidade técnica do fim dos anos 70 e início dos 80. Então é muito esquisito ver um personagem criado em CGI ocupando o mesmo espaço com um boneco composto de tecidos e plásticos.

Mistura de personagens com e sem CGI - Alterações feitas por George Lucas em 2004
Também é interessante acompanhar a evolução técnica do personagem Yoda. Nos filmes de 1980, 1983 e 1999 ele é um boneco. Já nos filmes de 2002 e 2005 ele é todo criado por computador.

Mestre Yoda 1980-2005
Para terminar eu quero falar de uma coisa que me irritou bastante e em vários momentos me fez querer desistir de assistir: personagens irritantes! Jar Jar Binks, Chewbacca, C-3PO e R2-D2. O Jar Jar eu até relevei, afinal a presença dele só é maior no episódio I, mas juro que eu tinha vontade de botar fogo no C-3PO e no R2-D2; o primeiro sendo esnobe e incrivelmente chato, e o segundo, com aqueles apitos repetitivos e cansativos. Na nova trilogia isso não é tão forte, mas na antiga... Eu sei o que significa alívio cômico, mas pra mim eles forçaram a barra. Agora o personagem que mais me deu nos nervos foi o Chewbacca! Aqueles grunhidos incessantes e as viradinhas ridículas de cabeça... Enfim, odiei...

Personagens irritantes de Star Wars
Sei que muitos discordam de mim e consideram Star Wars a obra de um gênio. Talvez até seja, mas isso não muda o que eu achei. Assisti a todos os filmes, li várias críticas, algumas favoráveis e outras ainda mais ácidas que a minha e a conclusão a que cheguei foi essa. Uma Nova Esperança, O Império Contra-Ataca e O Retorno Jedi foram decepcionantes.
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