sexta-feira, 17 de junho de 2011

Quebrando o Tabu – Consegue passar a mensagem

Assisti ainda ontem, no Unibanco Arteplex da Augusta.
O filme não faz jus à polêmica na qual se inseriu, mesmo não sendo descartável. Não traz nenhum argumento novo, mas, de qualquer forma, não acredito que essa fosse a intenção.
 


A intenção, ao que parece, foi dar credibilidade à argumentação. 

O documentário “O SindicatoO Negócio Por Trás do Barato” de 2007, já tinha colocado o tema em pauta e tratado de forma muito mais profunda e eficiente, mas o que Quebrando o Tabu faz é evidenciar que não se trata de algo regional e muito menos discurso de esquerdista "maconheiro", mas sim assunto sério, que envolve saúde, educação e política.
 

Dois ex-presidentes norte-americanos (Bill Clinton e Jimmy Carter), FHC (ex-presidente brasileiro), Ruth Dreifuss (ex-presidente da Suíça) e outras figuras famosas como Dráuzio Varella, Paulo Coelho e Gael García Bernal, bem como diversos outros nomes políticos importantes dão peso para o que está sendo proposto: a descriminalização da maconha.


Não vou entrar no mérito da descriminalização da Cannabis sativa, pretendo fazer isso em breve no blog Reflexão Geral, mas sim tentar analisar a qualidade do filme, independentemente de seus posicionamentos ou intenções políticas. Portanto, vou ressaltar seus pontos positivos e negativos.


FHC e Varella (Quebrando o Tabu).

O documentário é simples, rápido e faz o que propõem. Não é feito para quem já tem uma opinião formada a favor, mas sim para quem está na dúvida e para aqueles que são contra, mas que não possuem um embasamento muito profundo para tal. Há também uma análise do sistema prisional brasileiro e como as atuais políticas perpetuam e fortalecem a atuação do crime organizado. Creio que esse é um dos grandes diferenciais do documentário, em relação às outras produções, pois discute de forma razoável isso, porém, sem nunca se aprofundar em nada.


Um aspecto bastante negativo é em relação à organização dos comentários e argumentos. Não se fala apenas de maconha, mas também de cocaína, heroína, crack e outras drogas, mas em alguns momentos fica confuso e não sabemos se certas afirmações que são feitas referem-se a todas as drogas, ou somente à maconha ou heroína, por exemplo.

A maconha é uma droga totalmente diferente dessas outras que citei, no entanto, em certas partes parece que ela é colocada na mesma categoria das demais. Fica visível que essa não é a intenção do filme (igualar todas as drogas), então fica visível que se trata de uma falha estrutural.

Vejo gente dando nota/estrelas pra esse filme, mas considero isso um pouco complicado. É um pouco abstrato e existem variáveis que devem ser consideradas. Mas, de uma forma geral, é bom. Sem novidades, mas ainda assim, bom.




Quebrando o Tabu (2011).
Direção: Fernando
Grostein Andrade
Brasil/Estados Unidos/França/Holanda/Portugal - 74 min.

Quebrando o Tabu

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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Matrix – As Máquinas e suas baterias humanas

Para os desavisados, no filme Matrix, a humanidade entrou em guerra com a sua própria criação, as máquinas. E perderam.

Para os que tiverem interesse em se aprofundar ainda mais na história de Matrix, das explicações históricas para a guerra entre Humanos e Máquinas, recomendo a animação Animatrix, que reúne nove contos que abordam todas essas questões.

Bom, o que ocorre, em suma, é o seguinte: humanos, num ato de desespero, vendo que estão perdendo a guerra para as máquinas, resolvem escurecer o céu, impedindo assim que os robôs usufruam de sua principal fonte de energia: a luz solar.



Acontece que esses robôs, muito espertos, passam a utilizar os próprios humanos como baterias vivas para se manterem "vivos". Okay, bastante interessante... Mas no próprio filme e animação fica claro que isso não é algo simples de ser feito pelas máquinas.

Elas tiveram que criar todo um mundo ilusório para que os humanos vivessem (a Matrix) e como se não fosse suficiente, ele precisava ser verossímil. Primeiro elas – as máquinas - criaram uma ilusão de alegrias para as pessoas curtirem suas vidas, mas descontentes como somos, com tudo, essas pessoas não aceitaram a vida perfeita que levavam nessa realidade virtual e milhões de “safras” de baterias humanas foram perdidas.

Então foi criada a Matriz 2.0. Um mundo virtual idêntico ao mundo dos anos 90. Conveniente, não? Os humanos então, em sua maioria, aceitaram esse mundo.

Mas...  Pérai... Por que esse trabalho todo???? Não seria muito mais fácil simplesmente exterminar todos os humanos (máquinas Hitler) e usar outras fontes de energia? Energia nuclear, usinas, hidrelétricas etc... E se era para usar um organismo vivo, não seria mais inteligente utilizar outros animais?

Não consigo imaginar uma vaca entrando em conflito existencial num mundo virtual: “Não, essa grama é boa demais, esse mundo não pode ser real!”. Mas a resposta para essa pergunta é bastante simples, pragmática e se responde com uma outra pergunta: vocês iriam ao cinema assistir um filme no qual vacas vivem num mundo virtual perfeito? Na verdade eu iria, só pela proposta extremamente esquisita, mas a maior parte do público com certeza não.

Antes de escrever esse post, dei uma olhada na internet para ver se encontrava algo interessante sobre o assunto. E encontrei. Deixo então uma pergunta, numa frase linkada, que leva a esse texto: será que os humanos realmente perderam a guerra contra as máquinas?

Animatrix
Animatrix - The Second Renaissance - Part 2
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segunda-feira, 6 de junho de 2011

Naruto Shippuden - Pequena Análise



Sim. Naruto. O desenho modinha que muitos não suportam. Eu mesmo não gostava e um dos motivos era exatamente esse. Todo mundo gosta, eu seria só mais um.

Hoje sou fã e o motivo principal para isso é a segunda fase do anime.
Passam-se dois anos e meio e todos os personagens crescem. Isso não quer dizer que uma história se torna mais séria ou madura por causa disso (vide Dragon Ball). Mas foi o caso de Naruto Shippuden.


Até hoje a primeira série Naruto não é algo que eu ache fantástico; a história é até bem típica, infantil (uma criança ninja sai pra aventuras com os amigos etc...) e a animação apesar de boa não é perfeita. No entanto, a série seguinte a supera em todos os aspectos. A história é mais bem elaborada, séria e tem outro foco.

Há conflitos internos dos personagens, incertezas do que se fazer e do que é certo ou errado. Suas decisões influenciam outras pessoas – da história - e não somente a ela. A responsabilidade dos ninjas que antes eram crianças agora se tornam maiores e nem todos são heróis na hora H. Os personagens são humanos e perdem batalhas, tomam decisões erradas.

Há também, por incrível que pareça, conflitos políticos. Países contra países, traições entre eles; cada um vendo apenas seu lado, guerras por poder, pessoas sendo usadas como fantoches. Não é só sair dando porrada, é preciso se pensar nas consequências. Até mesmo questões, diria até filosóficas, são tratadas.

Qual o motivo da guerra? Porque o meu país está certo? Por causa disso devo matar meu semelhante sem dó? Matar quem se odeia trará a paz? Como lutar contra o ódio, se quando um ente querido é morto pelo inimigo eu me vingo matando-o? Só estou trazendo a mesma dor pra os SEUS entes... Como acabar com essa corrente infinita de ódio? A paz será realmente possível num mundo como esse? Consigo perdoar meu inimigo por um bem maior? Todos esses questionamentos passam pela cabeça do protagonista Naruto e de seus companheiros e inimigos.

Todos têm algum tipo de motivação para seus atos.

Além disso todos os outros elementos da história são interessantes; há drama, comédia, leves insinuações de romance e claro, lutas.
Uma atração à parte sem dúvida. Graças a incrível imaginação do autor.
Uma gama de poderes incríveis e interessantes, lutas de tirar o fôlego e o mais incrível é que não fica só na porrada. Há uma infinidade de estratégias durante as batalhas (algumas simplesmente geniais) e é preciso ter raciocínio, concentração e saber levar o ambiente e a condição de seu adversário em conta, para que se encontre o meio mais eficaz de derrotá-lo.


Ficar mais poderoso tem seu preço. É necessário treinar para se passar a um outro nível. Golpes que são extremamente poderosos às vezes prejudicam seu próprio dono.

Tudo isso dito acima, numa história coesa, bem fechada e que faz sentido (para seu mundo fictício, claro).

O roteiro é cheio de reviravoltas impressionantes que mantêm sempre um frescor a série, instigando a quem assiste tentar desvendar os mistérios pendentes.(Como por exemplo se o Tobi é o Madara ou Tobi é o Obito).
A animação é de ponta, a direção é altamente artística e bem elaborada. Os cortes, a ênfase nos personagens e suas expressões, a escolha de ângulos, a fotografia sempre muito bonita e a trilha que é uma das melhores (se não a melhor) que já vi em um anime, sempre inserida no momento e da maneira certa.

É uma série longa, característica que pode ser algo incômodo para muitos, mas algo que pra mim é ótimo, pois quanto mais se vê, mais familiarizado se fica com os personagens e suas vidas. A história vai ficando cada vez mais grandiosa, tanto no sentido da ação como no dos sentimentos de seus personagens. Difícil parar de assistir e, ao menos para mim, difícil também não querer ficar decorando os nomes das técnicas e golpes que gosto.



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sábado, 4 de junho de 2011

Mentes Perigosas – Desconfie de Todos

O livro Mentes Perigosas, da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, parece ser um artigo que foi simplificado e maquiado para que o grande público pudesse lê-lo.
Embora seja bastante interessante, parece ter sido escrito às pressas.
E sempre que a autora se distancia da sua área de trabalho e discorre sobre outros campos profissionais, ela comete erros, achismos e até generalizações, como a que coloco no trecho abaixo:

“A segunda questão aponta para a presença da psicopatia em todos os tipos de sociedades, desde as mais primitivas até as mais modernas.”

Para leigos, nada de anormal na frase, mas qualquer sociólogo ou antropólogo moderno condenaria a frase devido ao uso etnocêntrico do termo “sociedades primitivas”. Mas Okay, ela é uma psiquiatra e não antropóloga, então não podemos exigir tanto assim... Mas isso revela como o livro foi feito às pressas, sem uma equipe de revisão com tempo suficiente para analisar.

Durante todo o livro a autora se refere aos psicopatas como sendo “criaturas”.
Por mais que os psicopatas sejam de fato pessoas desprovidas de sentimentos altruístas, desprovidas de empatia ou sentimentos nobres, isso não muda o fato de que eles são assim (como a própria autora diz) devido a uma singularidade/alteração cerebral que ainda não possui cura nem tratamento eficaz. Ela diz que a psicopatia não é uma doença, mas sim uma forma de ser (mesmo que seja causada por questões fisiológicas/cerebrais) e em momento algum isso fica muito claro.

Outro ponto é que em certos momentos surge a sensação de estar lendo um autoajuda. A autora dando aulas de como se proteger dessas criaturas "malévolas". Isso não chega a comprometer o livro, pois as informações que são passadas são bastante interessantes e às vezes até perturbadoras.
É uma leitura bastante rápida e parece também que foram acrescentadas coisas desnecessárias (como diversas informações repetidas, por exemplo) para dar mais volume ao livro.

Série com protagonista psicopata
Em alguns momentos ela fala de “cultura psicopática” e critica a mídia, o cinema e o fato de os vilões terem se tornado personagens centrais (e para os quais torcemos) em muitos romances (livros), filmes etc.
Mas todo esse discurso soa batido e conservador. É uma questão de qualidade e de variação. Se hoje muitos vilões possuem papel central, isso é reflexo de um cinema tradicional que por muito tempo explorou apenas um lado da história. Criticar isso é o mesmo que dizer que games violentos fazem com que garotos saiam matando por aí.

 Trecho:
“Os heróis dos novos tempos são maldosos, inescrupulosos e isentos de qualquer sentimento de culpa. Já os personagens bonzinhos despertam em nós um sentimento de pena e até certa intolerância com seus discursos utópicos e ingênuos. Os heróis do passado estão se tornando os otários dos tempos modernos.”

Uma coisa engraçada é que ao traçar o perfil do psicopata, ela coloca praticamente todos sob suspeita. Ao chegar ao final do livro, estamos totalmente paranóicos, desconfiando dos parentes, amigos etc.

 Numa entrevista a um programa de TV, ela diz:

“Cuidado com bajuladores, com pessoas que te elogiam demais, pessoas que sempre dizem as frases certas, sempre te impressionam bem demais... Todo mundo fala bem daquela pessoa, ela tem sempre uma palavra certa pra te dizer...”

Ou seja... Desconfie, desconfie e desconfie...
Mas faz bastante sentido o que ela diz. É o tal ditado popular:
“Quando a esmola é demais, o santo desconfia”.
Nada é perfeito, então duvide quando assim parecer.

Mentes Perigosas - O Psicopata mora ao lado

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