Assisti ainda ontem, no Unibanco Arteplex da Augusta.
O filme não faz jus à polêmica na qual se inseriu, mesmo não sendo descartável. Não traz nenhum argumento novo, mas, de qualquer forma, não acredito que essa fosse a intenção.
A intenção, ao que parece, foi dar credibilidade à argumentação.
O filme não faz jus à polêmica na qual se inseriu, mesmo não sendo descartável. Não traz nenhum argumento novo, mas, de qualquer forma, não acredito que essa fosse a intenção.
A intenção, ao que parece, foi dar credibilidade à argumentação.
O documentário “O Sindicato: O Negócio Por Trás do Barato” de 2007, já tinha colocado o tema em pauta e tratado de forma muito mais profunda e eficiente, mas o que Quebrando o Tabu faz é evidenciar que não se trata de algo regional e muito menos discurso de esquerdista "maconheiro", mas sim assunto sério, que envolve saúde, educação e política.
Dois ex-presidentes norte-americanos (Bill Clinton e Jimmy Carter), FHC (ex-presidente brasileiro), Ruth Dreifuss (ex-presidente da Suíça) e outras figuras famosas como Dráuzio Varella, Paulo Coelho e Gael García Bernal, bem como diversos outros nomes políticos importantes dão peso para o que está sendo proposto: a descriminalização da maconha.
Não vou entrar no mérito da descriminalização da Cannabis sativa, pretendo fazer isso em breve no blog Reflexão Geral, mas sim tentar analisar a qualidade do filme, independentemente de seus posicionamentos ou intenções políticas. Portanto, vou ressaltar seus pontos positivos e negativos.
FHC e Varella (Quebrando o Tabu). |
O documentário é simples, rápido e faz o que propõem. Não é feito para quem já tem uma opinião formada a favor, mas sim para quem está na dúvida e para aqueles que são contra, mas que não possuem um embasamento muito profundo para tal. Há também uma análise do sistema prisional brasileiro e como as atuais políticas perpetuam e fortalecem a atuação do crime organizado. Creio que esse é um dos grandes diferenciais do documentário, em relação às outras produções, pois discute de forma razoável isso, porém, sem nunca se aprofundar em nada.
Um aspecto bastante negativo é em relação à organização dos comentários e argumentos. Não se fala apenas de maconha, mas também de cocaína, heroína, crack e outras drogas, mas em alguns momentos fica confuso e não sabemos se certas afirmações que são feitas referem-se a todas as drogas, ou somente à maconha ou heroína, por exemplo.
A maconha é uma droga totalmente diferente dessas outras que citei, no entanto, em certas partes parece que ela é colocada na mesma categoria das demais. Fica visível que essa não é a intenção do filme (igualar todas as drogas), então fica visível que se trata de uma falha estrutural.
Vejo gente dando nota/estrelas pra esse filme, mas considero isso um pouco complicado. É um pouco abstrato e existem variáveis que devem ser consideradas. Mas, de uma forma geral, é bom. Sem novidades, mas ainda assim, bom.
Quebrando o Tabu (2011).
Direção: Fernando Grostein Andrade
Brasil/Estados Unidos/França/Holanda/Portugal - 74 min.
Direção: Fernando Grostein Andrade
Brasil/Estados Unidos/França/Holanda/Portugal - 74 min.
Quebrando o Tabu |
Não vi o filme em questão, e não acredito que vá vê-lo porque o tema para mim não é oportuna. Eu sei que as drogas são nocivas, desde as aspirinas, passando pelos comprimidos das diabetes que a minha mãe não pode ficar sem (ela tem mais dependência dos comprimidos do que das próprias diabetes), até à heroína. No entanto, acho que as pessoas são livres de escolher como foder com a sua vida, desde que isso não ponha a vida de outrem em risco. Há quem morra por consumir cocaína quebrado com talco ou com outra substância nociva (há quem diga que essas substâncias é que provocam dependência, eu sei lá), portanto acredito que se se comprasse heroína nas farmácias o controlo era maior e a pessoa provavelmente tinha uma droga mais segura e talvez o preço baixasse, e, por uma psicologia inversa, talvez a "jumentude" não andasse atrás das drogas para se sentirem rebeldes, porque não tem nada de rebeldia em fazer uma coisa que não é proibida. Mas eu acho que estou a usar uma teoria simplista, mas acredito que faria um bem maior à economia e reduzia confrontos entre traficantes e policiais e criava postos de trabalho (ou reduzia postos de trabalho alternativos).
ResponderExcluirÉ uma pena que um conservadorismo ridículo e uma visão arcaica de como lidar com as coisas atrapalhem ou impeçam que iniciativas que de fato melhorariam a situação não sejam implementadas.
ResponderExcluir