Depois de alguns filmes de terror renomados e elogiados pela crítica (coisa rara de se acontecer com esse gênero cinematográfico) como Goodnight Mommy, The Babadook e It Follows - Corrente do Mal, no Brasil (sim, esse é o nome do filme aqui), eis que surge mais um que segue esse estilo art house, o filme de arte; The Witch (No Brasil, A Bruxa. Agora sim).
Eu, como fã do gênero de horror, sempre fico atento aos novos lançamentos, em especial os que parecem oferecer algo a mais. Infelizmente é visível que a qualidade da maioria dos filmes de terror lançados há alguns anos deixam bastante a desejar. Falando claramente: a maior parte do que sai no cinema são filmes ruins. Mais do mesmo. Copiações baratas de si próprios, clichês atrás de clichês. 'Atividade Paranormal 17' taí pra provar.
Enfim, ver filmes do estilo, que ofereçam algo a mais, é sempre bom. Gostei do Babadook. Mas confesso que o achei um filme de terror com vergonha de ser terror. Horror é algo de segunda, logo, não posso fazer um filme desse estilo, se não fizer ele bem chique, bem 'fresco'. É o sentimento que o filme me passa.
It Follows é mais horror. Assumido, digamos assim. Por isso gostei mais. Mas nada de fantástico.. Goodnight idem.
Fui com essa expectativa assistir A Bruxa nos cinemas. Estava ansioso mas ao mesmo tempo com um pé atrás. A crítica amou o filme, mas o público não gostou tanto. Boa parte achou chato mesmo. Boa parte saiu reclamando da sessão que assisti.
Ele, sem dúvida, não é um filme de horror convencional.
Quem vai pro cinema esperando sustos, fantasmas atrás da porta e sangue pra todo lado vai provavelmente se decepcionar. Ele é um filme que vai construindo a tensão aos poucos, sem pressa. Sem sustinhos bobos e covardes, sem barulhões repentinos.
A história (não contarei muito, nem darei spoilers) fala de uma família cristã, no século XVII, vivendo às margens de uma floresta. O filho mais novo some misteriosamente e a suspeita é que ele tenha sido raptado por uma bruxa. A partir daí o clima de superstição e paranoia se tornam presentes e crescem aos poucos até se tornar quase insuportável.
A direção é primorosa, faz jus ao título de "filme de arte". Ao mesmo tempo não é algo chique porque sim. Há um significado por trás de cada enquadramento, de cada movimento de câmera, pausa e etc. Com uma fotografia sombria, uma trilha sonora envolvente e uma história aterradora, tudo conduzido de maneira hipnótica pelo diretor Robert Eggers, o filme é uma obra de arte do cinema de horror.
É difícil descrever exatamente a sensação que o filme passa. Tentando me explicar em poucas palavras, o filme é estranho, bizarro. A tensão é crescente e o clima do filme dá a impressão de estar se vendo algo genuinamente maligno. Um dos críticos do filme disse algo como: "Parece que você está vendo algo que não deveria ser visto". É isso. Parece errado, subversivo. É um filme que te dá uma espécie de desconforto. Mais do que medo ou sustos, ele de alguma forma te perturba.
Pra terminar, apenas gostaria de falar de alguns pontos que são, sinceramente, geniais. As (poucas) cenas em que a bruxa aparece, são das mais bem feitas e tenebrosas que já vi em qualquer filme. A presença de um bode preto durante a historia é assustadora. E o final é absolutamente impressionante e subversivo.
Mas o que é isso? Um redespertar dos blogs? Já é o terceiro blog morto que visito e encontro atualização deste ano!
ResponderExcluirTo animado em retomar meu Covil também!!!
Pois é! O Leandro está trazendo esse blog de volta do mundo dos mortos! kkk Quero ver se também escrevo algo por aqui em breve!
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