terça-feira, 25 de setembro de 2012

Prometheus – Percepção Pessoal Pt.2

Leia a Pt.1 [Spoilers abaixo]

No post anterior eu falei sobre as motivações que levaram os humanos a um lugar tão distante no espaço e discorri brevemente sobre o personagem David, o androide. Agora apontarei os principais pontos que fazem de Prometheus um filme acima da média. 


A curiosidade e o desejo de conhecer as próprias origens norteiam a busca empreendida pelas personagens do filme. São essas duas características que nos mantêm atentos até o desfecho. Mas a incógnita em relação a nossa origem é respondida logo no início, quando vemos um alienígena se sacrificando para que de seus genes surja vida no planeta. Então a questão central não é mais “como?”, mas sim “por quê?”. Por que fomos criados?

Num momento bastante interessante, no qual o cientista Charlie Holloway (Logan Marshall-Green) se questiona sobre o motivo da criação dos humanos, David pergunta: “Por que você acha que o seu povo me criou?”. A resposta do cientista à pergunta do androide é simples: “Nós o criamos porque nós podíamos”. Essa resposta é o mais próximo que chegamos das razões da nossa existência, respondida pelo próprio humano. David então encerra com a seguinte interrogação: “Consegue imaginar o quanto decepcionante seria ouvir o mesmo do seu criador?”.

Charlie Holloway e David
Esse questionamento central é colocado em segundo plano, dando lugar a outro. Quando os tripulantes chegam à lua LV-223 e desembarcam, logo encontram uma grande construção que obviamente foi criada por algum ser inteligente. Dentro dela eles se deparam com os “engenheiros”, mortos há dois mil anos. A construção se revela uma nave, com uma carga letal: as criaturas que vimos nos quatro filmes da saga Alien. O mais assustador é que o robô David descobre que a nave tinha a Terra como destino. Os “engenheiros” pretendiam colocar um fim à própria criação. Por quê?

Construção Alienígena na lua LV-223
Uma coisa que não pode ser ignorada são as artes encontradas nas paredes do recinto onde parte da carga letal se encontra. Que arma é essa que inspira artes que parecem venerá-la? Na imagem abaixo vocês podem ver a criatura que conhecemos simplesmente como “alien” retratada de forma grandiosa. Que relação os engenheiros possuem com ela? Terá ela realmente sido criada por eles?

Arte na parede da nave
Quando encontram um dos engenheiros ainda vivo, em estado de hibernação, e o acordam, a reação violenta do mesmo é bastante compreensível, considerando que ele hibernou durante dois mil anos, que na última vez em que esteve acordado os humanos ainda lutavam com espadas e que agora de repente eles estavam na sua frente, em outro mundo, sem esquecer que havia uma mulher histérica gritando, um homem armado que inclusive chegou a machucá-la e um idoso caindo aos pedaços querendo saber como enganar a morte. Eu também teria saído dando pancada em todo mundo.

Agora convenhamos que nada justifica a incompetência desses engenheiros. Eles conseguiram ser exterminados pela própria arma duas vezes. Tanto nesta lua LV-223, quanto no planeta LV-426. É como se a bomba de Hiroshima tivesse caído em Washington e a de Nagasaki em Nova York.

Na terceira e última parte dessa série de posts sobre Prometheus explorarei o comportamento das personagens, as incongruências na história e o desfecho do filme. Fiquem à vontade para comentar, criticar e expor suas opiniões.

Leia a Continuação: Prometheus – Percepção Pessoal Pt.3

4 comentários:

  1. Gostei muito de sua análise, já tinha ouvido dizer que Prometheus era um tipo de "Alien repaginado", mas o modo como você descreveu despertou minha curiosidade em conhecer o filme (nunca foi muito minha praia, mas meu esposo gosta desse gênero e eu acabo assistindo por tabela. Dá para traçar paralelos com nossa História e filosofar).
    Boa semana!

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    1. Oi! Que bom que gostou! =)
      Recomendo que assista. O filme tem os seus defeitos, mas se você relevar uma coisinha ou outra dá sim pra se divertir bastante. Ele lembra um pouco o "O Oitavos Passageiro", mas a proposta é bem diferente e mais pretensiosa.

      Uma ótima semana pra você! Abraço

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  2. li as duas partes e gostei muito! vc desenrola a crítica mto bem!
    Pessoalmente eu não curti tanto Prometheus. Como vc disse, colocaram expectativa demais nele. Alien - o 8° passageiro sim, tem todos os motivos do mundo para ser venerado, dado a época em que foi feito e referência que é até hoje. Mas Prometheus não é de forma alguma um filme ruim, eu apenas acho que não é nada de grandioso.

    Espero a próxima;
    Bjo

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    1. Oi Dayane. Obrigado! Concordo com você que Prometheus não é nenhuma obra prima, mas me diverti bastante com ele. Acho que muita gente não gostou per conta de uma expectativa muito alta ou então equivocada.

      Agora O Oitavo Passageiro é um clássico! Eu já tinha visto, mas revi recentemente, para escrever o post sobre a saga.

      Bjo

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