terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A Guerra dos Tronos Vs. O Senhor dos Anéis


A comparação entre As Crônicas de Gelo e Fogo (cujo primeiro livro da série é o Guerra dos Tronos) e O Senhor dos Anéis é recorrente e polêmica. Porém, não acredito que seja muito válido traçar um paralelo entre um e outro e por este motivo não farei uma lista com os motivos pelos quais um seria melhor ou pior. Ainda assim, não serei tão diplomático a ponto de não dizer qual dos dois me agrada mais. Portanto, e sem rodeios, eu (EU) gosto mais da saga do George R. R. Martin. Claro que isso não significa que um é melhor que o outro, mas sim que As Crônicas de Gelo e Fogo possuem características que me atraem mais.

J. R. R. Tolkien
A saga do anel é sem sombra de dúvidas uma obra prima da literatura fantástica e possui milhares de fãs em todo o mundo. Todo o universo criado por Tolkien impressiona e vai além dos três livros que compõe a obra. E não, não vou acrescentar um “no entanto” agora. É aqui que entra a falha central dessa polêmica: há uma tentativa de se comparar livros que não são comparáveis.

Por que não são comparáveis? As estruturas são totalmente distintas. Enquanto que Tolkien elaborava todo o seu universo com base na fantasia e norteava todos os conflitos e tramas através de um maniqueísmo simplório e até um pouco (intencionalmente) ingênuo, Martin faz o exato oposto, sendo a fantasia para ele apenas um mero enfeite ou, no máximo, um plano de fundo. As Crônicas de Gelo e Fogo gira muito mais em função das personagens e das tramas políticas que se desenrola entre elas.
George R. R. Martin
Eu gosto mais das Crônicas exatamente por causa disso. Interessa-me e envolve muito mais acompanhar o desenrolar da história das personagens e dos acontecimentos - arquitetados de maneira magistral - que com Martin nunca se sabe como irão terminar. Nisso ele é um gênio. E também é muito mais fácil se identificar com as personalidades criadas por este autor, uma vez que elas são de fato humanas. Não existem heróis ou vilões.

Pelas razões apresentadas eu reafirmo que não há como concluir que um é superior ao outro. Por mais “politicamente correto” que possa parecer, quando se trata de obras assim distintas, tudo (ao menos nesse caso específico) vai depender do gosto de cada um.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Guerra dos Tronos - Análise da Série e comparação com o Livro

É muito comum e até esperado que haja grandes diferenças entre livros e suas adaptações, sejam para o cinema ou para a televisão, mas isso não nos impede de, mesmo assim, comparar. Acredito que é desnecessário fazer uma introdução explicando a trama de Guerra dos Tronos, já que se trata de um post destinado às pessoas que ou assistiram a série ou leram o livro, ou ambos.
Vale ressaltar que outras propostas para adaptações foram feitas, inclusive para o cinema, mas aquela que foi considerada a melhor pelo autor foi justamente a que possuía maiores possibilidades de incorporar de forma mais próxima possível a essência dos livros. No caso, a produção de uma série pela HBO.

A adaptação não decepciona e é muito bem feita, mas aspectos negativos não faltam. Antes quero falar sobre as características positivas.

Pontos Positivos:
A Muralha
Bom, primeiramente vale ressaltar que as transições, mostrando o desenrolar da história dos diversos personagens foi feita de maneira muito eficiente. No livro cada capítulo possui o nome de uma personagem e tudo se desdobra desta maneira e, portanto, havia a dúvida se a série conseguiria transpor isso para as telas de forma decente.

A produção também está ótima, nos convencendo daquilo que é mostrado. A ambientação é realmente convincente, para não falar da reprodução das cidades do livro, como Winterfell e Porto Real.
Varys - A aranha
Os atores da série estão impecáveis e percebe-se que quando não refletem muito bem, em alguns momentos, a essência de suas respectivas personagens, isso ocorre mais por questões de direção do que por déficit na capacidade de atuação. Merecem uma menção especial os atores Sean Bean (Eddard Stark), Peter Dinklage (Tyron), Lena Headey (Cersei), Harry Lloyd (Vaserys), Conleth Hill (Varys), Emilia Clarke (Daenerys) e Jason Momoa (Khal Drogo).

Também é louvável que com apenas dez episódios os diretores tenham conseguido transpor para as telas o mundo criado por George R. R. Martin, mesmo que algumas heresias tenham sido cometidas.
Assim como no livro, a série nos apresenta um mundo que, embora de fantasia, soa bastante verossímil. Há pouquíssimo maniqueísmo, o que resulta no fato de que é praticamente impossível definir vilões e heróis, certos e errados etc. E há também, claro, o fato de se tratar de um livro destinado, principalmente, ao público adulto. A trama se centra em conflitos políticos e nas guerras entre as Casas e não há pudores; a série não retirou esse aspecto crucial para que um público maior, no que se trata de faixa etária, pudesse ver.

Pontos Negativos:
Os pontos negativos serão evidentes principalmente para os que já leram o livro. Comecemos pelos mais banais até os mais relevantes.

A série não passa uma boa noção de distância. No episódio 03 (Lord Snow) Catelyn (Michelle Fairley) sai de Winterfell e vai para Porto Real e a sensação que fica é a de que ela simplesmente deu uma cavalgada rápida até lá.
O Cão de Caça (Rory McCann) não é nem de longe tão assustador quanto o do livro. Fazendo uma comparação o da série fica até simpático.

Os lobos dos filhos de Ned são importantes na história, mas na série eles ficam a maior parte do tempo em quinquagésimo plano.
Vaserys é mostrado de namorico com uma escrava, sendo que no livro a única coisa que ele fazia era estar, durante todo o tempo, obcecado por ganhar seu exército e retomar o trono de ferro, sem contar que ele se via praticamente como um deus e desprezava os demais.

Ned Stark
Embora o ator que interpreta Ned Stark atue muito bem, existe uma diferença sútil entre o Eddard do livro e o da série; o do livro é mais forte, enquanto que o da série em diversos momentos parece estar prestes a chorar.
A grandiosidade das batalhas, com milhares de homens lutando, não foi bem transposta para as telas, provavelmente por questões orçamentárias. Isso incomoda um pouco, pois de maneira recorrente discorre-se acerca dos milhares de homens que cada Casa possui para travar a guerra, mas o que vemos mais parece uma briga entre tribos.

Loras e Renly
Outro aspecto é que enquanto o livro preza pela sutiliza, a série, talvez para entregar as coisas já mastigadas, deixa tudo escancarado. Percebemos isso, por exemplo, na questão da homossexualidade de Loras Tyrell (Finn Jones) e Renly Baratheon (Gethin Anthony), que no livro pode até passar despercebido, enquanto que na série...  Há uma análise interessante sobre isso aqui: “Personagens Gays de Game of Thrones”.
Outro exemplo é o Lorde Baelish (Aidan Gillen): no livro é muito mais sútil e até um pouco misterioso, enquanto que na série tudo quanto a ele é evidente.

No episódio 07 (You Win or You Die), Tywin Lannister (Charles Dance), que no livro sempre está com belas roupas ou com sua armadura dourada e bastante ornamentada, na série é mostrado, de início, com uma roupa qualquer e, ainda por cima, estripando um alce! E a conversa que ele tem com Jaime (Nikolaj Coster) não acontece nos livros; ao menos não nos dois primeiros.
No último capítulo, o décimo (Fire and Blood), uma cena que só ocorre no final do 2° livro (a conversa de Catelyn com Jaime) é adiantada, sendo que diversas coisas são modificadas e o contexto é totalmente deturpado.

Não podemos esquecer que esta 1° Temporada faz spoilers do livro dois e talvez até dos demais (cujos quais, até o momento, ainda não li). Eu falo sobre isso nesse post “aqui”.

Tyron
Agora, o que de longe mais me incomodou foi o seguinte:

A Shae (prostituta do Tyron) da série em nada se parece com a Shae do livro. Mesmo sendo uma personagem bastante secundária, é lamentável vê-la tão descaracterizada, sendo que a mesma representa um meio de explorar um dos melhores personagens da história, que é o próprio Tyron.
Sem contar que ele - Tyron - só conta para a Shae (Sibel Kekilli) sobre a prostituta com a qual casou (sem saber que se tratava de uma prostituta contratada pelo irmão Jaime para tirar sua virgindade) no 2° livro, A Fúria dos Reis, e isso ocorre num momento de tensão e não numa brincadeira entre bebidas.

Tyron não se abre com qualquer um e é extremamente desconfiado e inteligente, então não faz sentido representá-lo como um tolo de coração mole que deixa que todos saibam de suas vergonhas e temores.


Mesmo com os deslizes, vale muito a pena assistir a série. É preciso considerar que se trata de uma adaptação de um livro imenso e que, exatamente por causa disso, muitas coisas precisaram ser cortadas e alteradas. Recomendo!
Recomendo também a leitura do post “Guerra dos Tronos e a Morte das virtudes, dos imaculados e dos honrados.”.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Os 10 Melhores Filmes de Todos os Tempos Pt. 3 - Por Leandro Roberto

Essa é a terceira parte da lista. Você pode conferir a primeira parte "aqui" e a segunda parte "aqui".

3° Carrie, a Estranha (Carrie - 2002)

Apesar da versão mais famosa ser a de 1976 e essa ser uma versão para TV, acho tanto o filme como sua história muito interessantes. Nada a destacar em relação à atuações ou grandes qualidades técnicas da produção. No entanto a história é contada de tal forma que prende totalmente a atenção do espectador. A cena em que Carrie sai pela cidade enquanto carros voam é muito bem feita e todo enredo em volta da menina quieta que tem poderes paranormais é surpreendente.

2° Tropa de Elite (2007)

Filme brasileiro muito famoso e que tem uma história contendo violência, o que faz muitos reclamarem. Mas toda a crítica social por trás e as frases marcantes de Capitão Nascimento garantem o divertimento sem dúvida, mesmo que possam parecer fascistas para alguns. Acho o Tropa de Elite 2 bom também, mas não tanto como esse. Um filme forte e que cativa pelo seu dinamismo.


Espíritos - A Morte Está ao Seu Lado (Shutter - 2004)

Melhor filme de todos os tempos.
Não só do seu própio estilo, terror, como de qualquer outro gênero. Perfeito em todos os aspectos: história, direção, trilha sonora...  Veja uma análise feita por nós "aqui".
        
Confira a lista dos Melhores Filmes de Todos os Tempos  feita por Fernando Borges.

sábado, 5 de novembro de 2011

Os 10 Melhores Filmes de Todos os Tempos Pt. 2 - Por Leandro Roberto

Continuação da lista dos Melhores Filmes. A primeira parte pode ser conferida "aqui".

6° - Os Outros (The Others - 2001)

Um dos quatro filmes de Suspense/Terror da lista (afinal, é o meu estilo preferido). Conta a história de uma família (mãe e dois filhos) que vive numa mansão toda fechada (janelas e tudo) pois as crianças não podem ser expostas à luz por causa de uma doença. O filme é bastante tenso e o suspense é crescente. O final dele consegue ser mais surpreendente que o do filme O Sexto Sentido.



5° - Tempo de Matar (A Time to Kill - 1996)

Incrível filme dramático, desta vez por ser forte e muito triste. Fala sobre racismo principalmente, e tem Samuel L. Jackson em seu elenco. O discurso do fim do filme é de fazer chorar, além de extremamente chocante. Um filme pesado, mas diria que necessário. É o tipo de filme que deve ser assistido por todos. Imperdível.



4° - Duro de Matar 4.0 (Live Free or Die Hard - 2007)

Filme de ação recente e muito bem feito. As cenas são absurdas e exageradas, mas impressionantes. O legal é que tem uma história interessantíssima por trás, que fala de tecnolgia e de como ela nos domina e muda toda a nossa vida, tanto de maneira positiva, como negativa. Além das desdobramentos alucinantes, a cena da Casa Branca nos faz pensar e é de arrepiar.


Confiara a 3° Parte da Lista.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Os 10 Melhores Filmes de Todos os Tempos Pt. 1 - Por Leandro Roberto

10° - Herói (Ying Xiong - 2002)

Filme chinês relativamente famoso internacionalmente. Ele é um bom filme por basicamente dois motivos: as lutas de artes marcias, que são muito bem elaboradas, interessantes e, principalmente, sua fotografia, que é para mim a mais bonita de todos os filmes que já vi. O filme conta diferentes histórias e cada uma delas tem uma cor predominante, todas com cenas memoráveis.



9° - Cidade de Deus (2002)

Um dos dois filmes brasileiros da lista. Apesar do tema violento, a história é contada de maneira bastante original e prende o espectador. Ele mostra uma história inspirada na realidade e em diferentes épocas com uma edição de imagens muito bem feita. Indicado aos Oscars de Melhor Direção, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Montagem e Melhor Fotografia.



8° - O Sexto Sentido (The Sixth Sense - 1999)

Ótimo filme de suspense e um dos finais mais surpreendentes do cinema (só perde pro final de Os Outros e de Espíritos). Filme com Bruce Willis e que revelou Haley Joel Osment. Destaque para a fotografia que se concentra em muitos pontos na cor vermelha e à cena do banheiro, que fez me quase cair da cadeira na primeira vez que assisti.



7° - Cinema Paradiso (Nuovo Cinema Paradiso - 1988)

Melhor filme dramático que eu já tive oportunidade de assistir. Não dramático no sentido de triste. Ele emociona pelo seu lirismo e sensibilidade. Bonito em vários aspectos; desde as cenas cuidadosamente filmadas à trilha sonora maravilhosa de Enio Morricone (se fizesse uma lista de melhoires trilhas de filmes ela estaria no Top 3). Sua última cena é uma das mais bonitas e emocionantes que já vi.

Confira a continuação da lista "aqui".

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Melhores Romances do Cinema Recente Pt. 2

Essa é a continuação da lista dos melhores romances recentes do cinema. A primeira parte da lista pode ser conferida “aqui”.

8° Melhor é Impossível (As good as it gets - 1997)
Melvin Udall (Jack Nicholson) é um homem recluso, rabugento, sarcástico e ainda por cima sofre com TOC (Transtorno obsessivo-compulsivo).
Quando seu vizinho sofre um acidente ele acaba sendo obrigar a cuidar do cachorro, com o qual acaba por desenvolver carinho; mas o relevante da história se inicia quando Melvin começa a receber mais atenção da garçonete (Helen Hunt) e a se aventurar fora do seu apartamento. Oscar de melhor atuação para ambos os atores.


9° Diário de uma Paixão (The Notebook - 2004)
Romance até certo ponto tradicional, trazendo a história de dois jovens que se apaixonam, Noah e Allie, marcados por grandes clivagens sociais. A sensação inicial é a de “já assisti isso um milhão de vezes”, mas aqui nós somos cativados por uma nostalgia que remete ao romance clássico do cinema, sem medo de ser piegas e lembrando a idealização ingênua de um amor eterno.

10° 500 Dias com Ela ((500) Days of Summer - 2009)
Se eu pudesse definir o filme em duas palavras (e eu posso), eu diria “maduro” e “real”. Tom (Joseph Gordon-Levitt) se apaixona por Summer (Zooey Deschanel); até aí nada de novo. Mas o interessante é observar os métodos que o diretor - Marc Webb - utiliza para expor todo o desenrolar emocional de Tom, que vai da felicidade à tristeza no decorrer do processo, mostrando o nascimento e o auge da paixão, tudo isso transmitido de forma não linear.
O desfecho, como já supracitado, é maduro e real e, nem por isso, deprimente.


11° Encontro Marcado (Meet Joe Black - 1998)
Mais uma história de amor impossível... Mas ao invés do garoto pobre se apaixonar pela garota rica, aqui a própria morte (Brad Pitt) se apaixona pela filha de um homem que está prestes a ceifar.




12° O Casamento do Meu Melhor Amigo (My Best Friend's Wedding - 1997)
Recuso-me a chamar esse filme de “comédia romântica” (embora seja), pois foge tanto do padrão que considero um reducionismo imenso empacotar o filme dentro deste rótulo.
Julianne (Julia Roberts), numa espécie de crise de meia idade, fica desesperada ao descobrir que seu ex-namorado, atual melhor amigo, está prestes a se casar. A cena da família, estimulados pelo amigo gay de Julianne, cantando “I Say aLittle Pray for You” é hilária!


13° Namorados Para Sempre (Blue Valentine - 2010)
Esse foge totalmente do padrão dos anteriores e mostra uma relação já desgastada entre os protagonistas, Dean (Ryan Gosling) e Cindy (Michelle Williams). Fiz uma análise do filme, ressaltando algumas semelhanças entre ele e o 500 Dias Com Ela; você pode ler “aqui”.
O “romance” entre Dean e Cindy está saturado e, de uma maneira não linear, o diretor, Derek Cianfrance, se alterna entre vários capítulos da história do casal.


14° O Segredo de Brokeback Mountain (Brokeback Mountain - 2005)
Em 1963, numa sociedade machista e homofóbica, dois homens descobrem entre si um sentimento considerado hediondo pela maioria das pessoas da época. História trágica e comovente que rendeu dois Oscars: Melhor Direção e Roteiro Adaptado.


15° Cópia Fiel (Copie Conforme - 2010)
Não posso falar muito sobre o filme sem comprometer a história.
Trata-se de uma grande metalinguagem...
Um escritor inglês se encontra com uma mulher francesa e passeia com ela pelas ruas da Itália.



Menções Honrosas:
WALL·E - 2008

Tudo se passa no ano de 2700 e a Terra não é mais habitada. A vida se tornou simplesmente impossível.
Wall-E é o último robô de uma frota de milhares de robôs programados para limpar a terra. Enquanto todos os outros simplesmente deixaram de funcionar, ele continua, diariamente, sua árdua tarefa.
Os humanos agora vivem no espaço, em grandes naves, praticamente alheios ao antigo lar. Quando uma nave de inspeção retorna à Terra, uma robô chamada Eva desembarca na terra.
Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris - 2011)

Mais uma obra prima do diretor Woody Allen.
É um filme, acima de tudo, sobre idealização e ilusão. É menos um romance e mais uma bela viagem por Paris, acompanhando o deslumbramento de Gil (Owen Wilson) com a cidade e com as diferentes épocas e suas respectivas figuras.



Alguém Tem que Ceder (Something's Gotta Give - 2003)
É uma comédia-dramático-romântica.
Jack Nicholson interpreta Harry Sanborn, um sessentão que nunca namorou uma mulher com mais de 30 anos. É engraçado ver um homem de 60 anos amadurecendo, mesmo que tão tardiamente e descobrindo que as mulheres de sua idade também existem.
O gostoso desse filme, embora não seja muito aclamado pela crítica, é o fato de mostrar um romance mais maduro e poder acompanhar algo fora do convencional. Por esse mesmo motivo também gosto bastante do filme “Simplesmente Complicado” (It's Complicated) com a Meryl Streep, que também mostra o relacionamento de pessoas mais maduras.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

35ª Mostra Internacional de Cinema - São Paulo


A 35° Mostra Internacional de cinema teve início no dia 21 de Outubro e termina no dia 03 de Novembro. A mostra reúne filmes das mais diversas nacionalidades, estilos e gêneros. São mais de 250 filmes! Tudo isso sendo exibido em 22 salas espalhadas pela Capital. Cinemas, museus, centros culturais etc. Dentre eles, posso citar o Cine Olido, na Galeria Olido, o Cine Livraria Cultura, no Conjunto Nacional, CINUSP, na USP Butantã, Unibanco Arteplex etc.

Vale ressaltar que embora muitas dessas exibições sejam pagas, em diversos locais o preço é bastante baixo, caso do Cine Olido, que a entrada custa apenas 1,00.
E alguns filmes são exibidos de forma inteiramente gratuita! Vale conferir.


A programação pode ser conferida “aqui”.
Por enquanto, por questões de disponibilidade, assisti apenas a um único filme da mostra, mas até o dia 03 de Novembro pretendo assistir outros.

Abaixo farei uma pequena sinopse do filme que assisti e, se eu conseguir assistir outros, atualizarei o post com suas respectivas sinopses, escritas por mim, é claro.

O Outro Lado do Sono (The Other Side of Sleep - 2011)

Filme irlandês.
Arlene é sonâmbula e convive com isso desde sua infância.
Logo no início do filme ela desperta ao lado do cadáver de uma jovem assassinada. A comunidade fica chocada e ninguém sabe quem é o responsável pelo crime, embora desconfiem do namorado da garota morta.
Arlene desconfia de si própria, mas não se lembra de absolutamente nada.
Vemos o desdobrar dos acontecimentos e a confusão da protagonista, que oscila entre medo, desespero, tristeza e solidão.


Estou com você (Io Sono Con Te – 2010)

Fui assistir no Cine Olido, no Centro de SP e um detalhe bastante interessante é que o diretor do filme, o italiano Guido Chiesa, estava presente e fez um discurso para a plateia logo antes do filme ser exibido. Acho muito improvável que algo do tipo se repita novamente em algum momento da minha vida.
Mas falando do filme: trata-se de uma produção bastante singular na qual todos os atores são árabes e o idioma do filme é o árabe.
Conta a história de Maria durante o período de gestação e, posteriormente, a de Jesus Cristo durante a infância. Vale assistir por ser uma obra tão singular, singela e que coloca o foco num aspecto que em geral é deixado de lado.
Não é um filme feito unicamente para religiosos (não é o meu caso) e, portanto, pode ser assistido por qualquer um.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Naruto Shippuden - Quem é o homem por trás da máscara?

Um dos maiores mistérios de Naruto está prestes a ser desvendado. Quem é o líder da Akatsuki, que se esconde atrás daquela máscara? Ele se auto-intitulava Tobi, e depois afirmou ser Madara Uchiha, um dos fundadores de Konoha e criador do clã Uchiha . Mas será realmente essa a verdade?

Recentemente no mangá lançado no Japão se viu que o mistério está perto de ser resolvido e ele é surpreendente, não tenham dúvida.

Fiquei de boca aberta lendo o último capítulo; as revelações impressionam e vão mudar o rumo da história de uma maneira ótima.

Reveleções sobre o enredo (spoiler) abaixo:

Foi mostrado no capítulo 559 do mangá quem era a pessoa ressuscitada pelo jutsu Edo-Tensei que estava no sexto caixão de Kabuto: nada mais, nada menos que o próprio Madara Uchiha! Ou seja, o homem da máscara estava mentindo sobre sua identidade. Mas como ele sabe de tantas coisas? E seu Sharingan? Seria ele realmente Obito?  ( Um dos motivos para achar que pode ser ele é que o poder de Tobi é parecido com o de Kakashi que possui o Sharingan de Obito, aquele jutsu dimensional) Arrisco até a dizer que ele possa ser o irmão de Madara, o Shisui.

Mais uma vez Masashi Kishimoto, o autor, demonstra toda a sua genialidade. Pra mim sem dúvida o melhor mangá lançado atualmente. Ainda mais agora, com a presença de Itachi que foi ressucitado, a presença de Gaara, Raikage e outros kages, Killer Bee e vários jinchuurikis. Assim a guerra com a Akatsuki ruma a seu final.

Não deixem de acompanhar o desfecho!

Melhores Romances do Cinema Recente Pt. 1

Existe bastante preconceito contra romances e até bastante machismo em torno disso, como se esse fosse um gênero apenas para mulheres e homens afeminados. Mas a verdade é que existem sim romances muito bons. Farei então aqui uma lista com filmes desse gênero, do cinema recente (1990 em diante), que considero os melhores. Ao final deixarei também algumas menções honrosas.


1° Amor Além da Vida (What Dreams May Come - 1998)
Em primeiro lugar temos a história de um homem que deixou o paraíso para ir buscar sua amada no inferno. Existe algo mais romântico que isso?
O protagonista é Chris Nielsen (Robin Williams), que perde seus dois filhos num acidente de carro; quatro anos depois ele próprio morre também num acidente do mesmo tipo. Nielsen vai para o paraíso, que é mostrado como sendo uma composição de vários mundos, cada um referente aos anseios de cada pessoa. É muito lindo ver como tudo é representado e o filme ganhou um Oscar bem merecido de Melhores Efeitos Visuais por isso.
Quando sua mulher sucumbe ao sofrimento, tira a própria vida e é condenada ao inferno, ele irá arriscar tudo para ficar a seu lado.


2° Cidade dos Anjos (City of Angels - 1998)
Filme que marcou tanto pela ótima e sensível história apresentada, quanto pela trilha sonora, que é memorável. Nicolas Cage, interpretando Seth (o Anjo), está num ótimo momento nesse filme e consegue nos convencer. Meg Ryan não fica devendo em nada. Na trama, Seth, o anjo, perambula pela terra consolando aqueles que estão prestes a morrer, enquanto que Maggie, interpretada pela supracitada Meg Ryan, é uma médica cirurgiã que possui uma grande dificuldade em lidar com a morte. No momento em que Maggie perde um paciente, Seth a conhece e a partir daí um intenso sentimento entre ambos os atrairá. O desfecho do filme foge dos clichês, sem, no entanto, deixar de ser belo e cativante. Nomes como Sarah McLachlan, Alanis Morrisette e Goo Goo Dolls marcam a trilha sonora e eternizam o filme em nossa mente.

3° Antes do Amanhecer (Before Sunrise - 1995)
Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy) se conhecem em um trem, pela Europa. Num ímpeto romântico Jesse convence Celine a descer na mesma estação que ele, para que passem a noite juntos, já que ele voltará para os EUA pela manhã. É um filme singular que mostra o nascimento de uma paixão de uma forma verossímil e interessante. O filme é todo focado no diálogo entre ambos e isso é bastante surpreendente, pois acompanhamos o recém “casal” pelas ruas, conversando, rindo e se abrindo um com o outro, de forma extremamente espontânea e real. Não se trata de um romancezinho meia boca com clichês transbordando pelas bordas, mas sim de uma obra prima que nos lembra da faceta positiva e feliz de uma paixão.

4° Antes do Pôr-do-Sol (Before Sunset - 2004)
É a continuação de Antes do Amanhecer. A verdade é que ele está na quarta colocação por uma pura questão cronológica, pois não sei dizer qual dos dois filmes é melhor; alguns dizem que é o segundo.
Não posso resumir muito bem, pois faria spoiler do primeiro filme, mas a questão é que aqui vemos os personagens se encontrando novamente após longos nove anos. O esquema de filmagem e desenvolvimento é semelhante e centrado nos diálogos. Acompanhamos os dois pelas ruas de Paris, enquanto colocam o assunto “em dia” e se aprofundam num vínculo que parecia adormecido.


5° Titanic - 1997
Sim! Titanic! Eu sei que hoje em dia não pega muito bem falar desse filme e que ele se tornou uma espécie de sinônimo para breguice, mas é inegável o fato de que ele é sim um grande romance, e não apenas isso, como também um grande filme. Não foi à toa que ele conquistou onze oscars!
Sei que todo mundo já assistiu esse filme, mas farei uma descrição mesmo assim: vemos dois indivíduos, Jack (Leonardo Dicaprio) e Rose (Kate Winslet), provenientes de classes sociais distantes (mocinha rica, garoto pobre), que se apaixonam no navio e precisam enfrentar o noivo arrogante de Rose.
O ponto máximo do filme, obviamente, se inicia quando o navio se choca contra um iceberg (isso não é spoiler!) e o navio começa a naufragar.
Só um adendo: até hoje eu acho que os dois cabiam perfeitamente em cima daquela madeira... Não me conformo.


6° Ghost - Do Outro Lado da Vida (Ghost - 1990)
Sam (Patrick Swayze) acaba sendo assassinado ao sair com sua mulher de uma peça de teatro. Mas seu espírito permanece na terra.
Através de uma médium (Whoopi Goldberg) ele vai tentar descobrir o que aconteceu. É uma história de amor sobrenatural que marcou a década de 90 e até hoje é impossível ouvir a música Unchained Melody (tema do filme) e não sentir uma sensação de nostalgia.


7° Quando um Homem Ama uma Mulher (When a Man Loves a Woman - 1994)
Michael (Andy Garcia) e Alice (Meg Ryan) são casados e, junto com suas duas filhas, formam uma família comum. Mas tudo parece desmoronar quando o problema de Alice com o álcool começa a se agravar. É um filme que mostra como o amor do marido por sua mulher é capaz de passar por cima das dificuldades e intempéries.

Veja a Pt. 2 da lista “AQUI".

sábado, 8 de outubro de 2011

Filmes Sobre a Mente

Existem muitos filmes em que o quesito psicológico das personagens é abordado; em geral esses são os meus filmes favoritos.  Mas aqui não quero falar simplesmente dos filmes em que o psicológico é explorado, mas sim daqueles em que a questão da mente é um dos fatores centrais, senão o principal.
Para isso farei uma lista com os filmes que considero os melhores nesse estilo. Embora seja uma lista, ela não está numa ordem de 1°, 2° etc. Está de forma aleatória.
O 13° Andar (The Thirteenth Floor - 1999)

“Penso, logo existo”. É com essa máxima de Descartes que o filme se inicia. Uma equipe de cientistas cria um mundo virtual no qual seus habitantes possuem a capacidade de pensar e de conviver entre si. Eles estão alheios ao fato de serem produtos de um programa de computador. Quando um desses cientistas entra em contato com um dos habitantes dessa realidade virtual as coisas se complicam.

A Origem (Inception - 2010)

Nesse filme vemos a atuação de um grupo peculiar de ladrões. Eles entram nos sonhos de suas vítimas e roubam informações preciosas.
É fascinante ver como tudo é representado e, mais interessante do que isso, as perturbações do protagonista Cobb (Leonardo Dicaprio) que esconde múltiplas camadas de complexidade psicológica. A trama do filme se desenvolve quando assumem a missão de inserir uma ideia na mente de uma pessoa, sem que ela saiba. Um ótimo filme para quem gosta de pensar.


Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind - 2004)

Joel Barish (Jim Carrey) descobre que sua esposa Clementine (Kate Winslet) o deletou (literalmente) de sua mente e então resolve fazer o mesmo.
Para isso ele vai à mesma clínica que sua esposa foi.
No decorrer do processo Joel muda de ideia, mas está sedado e impossibilitado de manifestar esse desejo. Como alternativa, ele tenta levar as lembranças da sua amada para suas memórias mais antigas e desvinculadas, na esperança de mantê-la viva em sua mente após o procedimento. Um belo filme e uma fantástica viagem psicológica.


Amnésia (Memento - 2000)

Após o brutal assassinato de sua esposa, Leonard (Guy Pearce) perde a capacidade de se lembrar por muito tempo de qualquer coisa posterior ao homicídio. Trata-se de uma doença real e intrigante.
Mesmo com essa deficiência Leonard investiga o assassinato em busca do culpado. Ele tatua seu próprio corpo com informações importantes sobre a investigação e utiliza uma câmera para registrar eventos e dados.
Aos poucos vamos entendendo o funcionamento de sua mente e desvendando seu raciocínio.


Vanilla Sky - 2001
David Aames (Tom Cruise) é um homem jovem, belo, narcisista e apaixonado que, ao entrar no carro junto com a sua amante, acaba tendo a sua vida tirada bruscamente dos trilhos. Ela - a amante - num ato de extremo ciúme e ódio joga o carro com os dois dentro contra a barreira de um viaduto. Aames sobrevive, porém com o rosto desfigurado. Seu mundo cai diante de seus olhos e sua vida parece perder o significado. É nesse ponto que a confusão o consome e tudo ao seu redor parece embaralhado.

Quero ser John Malkovich (Being John Malkovich - 1999)
Craig Schwartz encontra no andar sete e meio do seu emprego um portal para a mente de John Makovich, podendo ver e sentir tudo o que ele faz. Roteiro esquisitérrimo de Charlie Kaufman.





Uma Mente Brilhante (A Beautiful Mind - 2001) *Esse eu acrescentei depois da recomendação da Mari.

Nesse filme vemos a história real do ganhador do Nobel, John Nash. Não posso dizer muita coisa, pois dessa forma correria o risco de fazer algum spoiler, mas ressalto que este filme entra nesta categoria por diversos motivos, que vão desde o brilhantismo de John, aqui interpretado por Russel Crowe, até toda a confusão que isso desperta. Ganhador de cinco Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Direção.


Onde Vivem os Monstros (Where The Wild Things Are - 2009)
Após receber uma bronca de sua mãe, Max, um garotinho rebelde, refugia-se na sua própria mente, criando um mundo ideal, no qual todos gostam dele.
É interessante perceber que nesse mundo todas as criaturas encarnam aspectos da personalidade do menino. Vemos personagens carentes, irritados, agressivos, rebeldes, tristes, alegres etc. Uma forma bonita e interessante de representar a mente de uma criança em fase de amadurecimento.


Quando Fala o Coração (Spellbound - 1945)
Edwardes é contratado como o novo diretor de uma clínica para doentes mentais, mas logo sua identidade é posta em xeque quando começam a suspeitar de quem ele diz ser. Ele então foge, confuso e sem saber ao certo quem é; não se trata de um charlatão, pois ele realmente acreditava no que dizia. No processo de fuga, Constance, uma médica psiquiatra, o acompanha, arriscando-se, na tentativa de tentar fazer com que ele lembre sua própria identidade. As teorias de Freud estão presentes na base da trama e é interessante acompanhar todo o desenrolar desse filme que é um misto de gêneros: romance, suspense e até um pouco de ação. Ótima obra de Hitchcock.