terça-feira, 23 de outubro de 2012

Livro Comentado: A Tormenta de Espadas Pt.3


[Muitos Spoilers do 3° Livro. Leia a Parte 1 e a Parte 2]

No post anterior eu concluí falando da morte de Robb e Catelyn e agora prossigo com os acontecimentos que preencheram as páginas dali em diante. Acabo de ler a página 729 e fechei o livro com a alma balançada, sem energia para continuar lendo. Isso sempre acontece comigo nos momentos mais tensos da história, então dou um tempo e depois continuo de onde parei.

Quero começar com a morte de Joffrey, que foi de longe um dos momentos mais maravilhosos de todo o livro. Quando capítulos do Tyrion e da Sansa começaram a se intercalar, eu sabia que algo estava prestes a acontecer. Já disse antes que o Tyrion é meu personagem favorito, portanto me condoí com a humilhação que ele passou nas mãos de Joffrey, que bêbado, fez dele seu criado, ridicularizando-o em frente a todos.

Na própria festa de casamento o jovem rei criou todo um espetáculo destinado ao tio, com o objetivo de envergonhá-lo. Desde anões montados em porcos e cães, até obrigá-lo a lhe servir vinho, como se fosse um criado. Assim que Joffrey bebeu o vinho, enfiou a torta de pombo na boca e começou a tossir, vi que ali podia ser o fim de um dos personagens mais odiados de toda a minha bagagem literária. Pensei comigo: “O Martin não vai me dar esse prazer...”. Mas então veio aquela linda e detalhada descrição de como o rei, no desespero de conseguir respirar, rasgou com as mãos a pele, carne e músculos de seu pescoço. Transbordando em sangue.

Como eu disse acima, quem serviu o vinho foi o Tyrion, então a suspeita de envenenamento inevitavelmente cairia sobre ele. Mas não bastasse isso, o maldito ainda morreu apontando para o tio. E tem o agravante que foi a fuga da Sansa, sua esposa, outra com incontáveis motivos para querer Joffrey morto. Cersei então ordenou que Tyrion fosse preso, julgado e morto. Conhecendo o sadismo do autor, já me preparei para o que viria.

Enquanto o anão aguarda por seu julgamento, descobrimos que o arquiteto da morte do rei na verdade foi Petyr Baelish, também alcunhado de Mindinho. É ele quem controla Dontos, homem que até então julgávamos como o único elo entre Sansa e sua possível fuga. Fica difícil saber quais são as reais motivações de Baelish, uma vez que sua personalidade multifacetada nos impede de nutrir qualquer confiança pelo personagem.

Do outro lado do mapa, finalmente vemos os selvagens caindo com toda a sua força sobre a muralha. Liderados por Mance Rayder, milhares de homens e outras criaturas se esforçam para quebrar a principal barreira entre eles e o Norte: a Patrulha da Noite. O mais interessante é acompanhar tudo isso através dos olhos de Jon Snow, personagem que amadureceu enormemente entre o primeiro livro e este.

Há também o retorno de Jaime, que logo ao chegar a Porto Real se depara com o assassinato do filho e com uma Cersei que o ignora. Sem o respeito de seus irmãos da Guarda Real, ele se esforça para passar uma imagem de força, mesmo se sentindo impotente sem a sua mão da espada.  A arrogância e prepotência de outrora agora não encontram lugar, ao menos não da mesma maneira, dentro de si. O que lhe resta agora? Essa incógnita torna o mundo do Lannister muito mais interessante para o leitor.

Voltemos agora ao meu personagem favorito e ao evento que balançou minha alma (quanto exagero, não?), tal como informei lá no primeiro parágrafo. Depois de muitas rodadas de humilhação, sendo obrigado a ouvir as testemunhas da irmã declararem calúnias contra ele, Tyrion exigiu julgamento por batalha, tendo como campeão (homem que lutará por ele) o Príncipe Oberyn,  conhecido como Víbora Vermelha. Ficamos bastante apreensivos com a confiança exagerada que Oberyn demonstra em si mesmo. Vocês acreditaram que ele ganharia a luta? Mesmo quando o príncipe espetou Gregor Clegane (o campeão de Cersei) no chão, com sua lança, eu desconfiava fortemente que alguma reviravolta colocaria tudo abaixo. E foi o que aconteceu. Mesmo abatido, Clegane puxou a Víbora pelas pernas e derrotou-a com as próprias mãos. O julgamento chegou ao fim e não foi nada favorável a Tyrion. Torço para que o seu irmão, Jaime, intervenha de alguma forma.

No próximo post, que será o último dessa série, comentarei o desfecho do livro e farei um apanhado geral. Fique à vontade para comentar e dar a sua opinião. Você também pode acompanhar o blog através da nossa página no Facebook e Google +.


2 comentários:

  1. Dos cinco livros (ainda estou lendo A Dança dos Dragões) este é o meu preferido. Acho que é o mais intenso, o mais abrangente, aquele que você não larga até a última página.

    Li tão rápido que depois fiquei passando vontade, porque O Festim ainda não tinha chegado.

    Acho interessante o modo como o Martin escreve. Ele tem uma ou outra parte cansativa, mas a narrativa dele prende, te agarra... rs

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    1. Esse terceiro também é o meu favorito até agora, embora eu ainda não tenha terminado de ler. Em alguns momentos ele se torna um pouco cansativo, mas é como você disse. Ele te deixa tenso e faz com que você se importe com o que está acontecendo.

      O Festim eu não sei quando começarei a ler, mesmo tendo ganhado ele de aniversário ainda esses dias. E quero ler outros livros antes de continuar lendo As Crônicas do Martin. Sem contar que a faculdade vai limitar consideravelmente meu tempo =/

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